Acordar e presenciar o amanhecer e o entardecer aripuanense são uma das coisas mais extraordinárias na vida de qualquer ser humano, há alguns anos atrás, não tínhamos um local onde podíamos levar a família para caminhar, andar de bicicleta, levar os filhos para brincar, tomar uma cerveja com os amigos etc.
Muitos senhores de cabeça branca ficavam ao amanhecer na beira do barranco, observando os barcos de linha chegar e esperando os ribeirinhos vender os peixes. Depois das 16 horas o futebol fazia presença na beira do barranco, jogávamos o mínimo, pois passávamos a maioria do tempo recuperando a bola no rio, quando o rio estava cheio pulávamos do barranco, no entanto quando o rio secava torcíamos para bola engatar no capim alto ou num galho de arvore. Entretanto a imagem que presenciávamos no final da tarde valia todo o sacrifício em tentar jogar bola.
Com a construção da Orla em Novo Aripuanã o futebol do barranco acabou, porem as famílias aripuanenses ganharam uma opção de lazer, hoje é freqüente ver as pessoas caminhando, conversando, batendo papo, namorando, se confraternizando. Muitos vão para presenciar o sol se por, tira fotos e observar a chegada dos barcos.
Ponto de referencia da população, na Orla já foi realizado alguns eventos culturais, como o Pagode das Sextas, a feira de artesanato, comemoração do dia do trabalhador. Mas o que me chama a atenção é o encontro da 3ª idade, isto é Melhor idade, praticando esporte junto com os professores de Educação Física, são Senhoras e Senhores que todas as tarde exercitam o corpo, e que são exemplos de amor a vida.
Contemplar a beleza natural de Novo Aripuanã é ter a certeza de que Deus abençoou esta terra, com rios, praias, lagos, igarapés, fauna e flora exuberantes, apreciar como diria minha vó, da Orla toda essa beleza é gratificante e sublime. Ouvindo um depoimento de um amigo de Goiânia, ele comentava que resolveu conhecer Novo Aripuanã depois de passar pela cidade do Apuí, quando entrou na cidade de caminhão não viu nada que o atraísse, entretanto quando passou pela Avenida 19 de dezembro, ficou encantado e seduzido por tanta beleza, antes nunca visto, neste instante pediu que o motorista do caminhão parasse para que ele pudesse observar o mais belo entardecer.
Algumas vezes em Manaus ouvi depoimentos de ex-moradores, denegrindo, maculando, zombando, ridicularizando a população e a cidade. Ao contrario do que eu penso vejo muitos profissionais que por Novo Aripuanã passaram, hoje são exemplos de que a cidade foi muito importante na vida deles, como no caso do Dr. João Rosa que jamais deixou de demonstrar o amor que sente pela cidade, Dr. Victor, Chico Gogó que todos os anos patrocina o Festejo de Nossa Senhora da Conceição e disponibiliza o maior apoio a qualquer morador aripuanense, Dr. Greice que nunca deixa de lembrar de sua terra natal, do seu torrão como dizia o eterno Professor Francisco Sá, e outras pessoas que por força maior saíram em busca de melhores condições de vida, mas que sempre comentam do amor por Novo Aripuanã.
Um dia Novo Aripuanã sairá das paginas policias e será conhecida não pelos malefícios que estereotipa esta cidade, mas pelos acontecimentos bons que são realizados quase todos os dias pela humilde população. Muitos jovens aripuanenses que residem em Manaus buscam seus objetivos e pretendem voltar e contribuir para que esta cidadela prodiga e desenvolva.
Ser aripuanense é presenciar a cada dia o amanhecer e o entardecer esplêndido, majestoso, admirável, único, o sol se por atrás do encontro das águas, rio Madeira e rio Aripuanã unindo se em um só, entre as duas ilhas... Paisagem paradisíaca e encantadora, quem vivencia nunca esquece e um dia há de voltar...
