sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Aos mestres Aripuanenses com Carinho!


Há pouco menos de um ano os professores municipais reuniram-se em favor de melhores condições de trabalho e um salário mais justo e digno. Nós professores fazemos de nossa profissão uma arte, que todos os dias são revigorados quando ensinamos uma criança a ler e escrever. É um dom que Deus nos proporcionou, a arte de ensinar, a dádiva de instruir e a doação em educar.
Não podemos deixar de citar alguns professores que fizeram e fazem história em Novo Aripuanã: Professor Francisco Sá, Joaquim Canamari Gualberto, Angelina Gonçalves, Bernadete Cardoso, Cleunir Lemos, Zaíra Alfon, Fátima Buzaglo, Leonice Palheta, Lindaura Andrade, Pedro Valente, José Antonio (Baíaco), Jubert Rodrigues (Jubinho), Silvestre Soares, Arino Braga, Arnoldo Leite (Nol), Meire Aroucha, Ana Maria Pavão, Nazaré Assunção, Adelia Pavão, Amilson Pavão, Francisco Gouveia, Rosicleia Sá, João Vinhote, José Saraiva, Luciene Holanda, Nilza Buzaglo, Jurema Marques, José Henrique, Almerizo Marques, Geraldo Abreu, Adelson Lima, Sonja Brazão, Dalbina Mar, Larcoque, Lourdes Gatenha, José Augusto Valente, Jeremias Colares, Nilce Leite, Carlos Pinto, Jocione Souza, Josilda Souza, Vivaldo Magalhães, Neumice Pinto, Graça Vasques, que se dedicaram intensamente na educação da população aripuanense, pela mão deles passaram os profissionais que atuam em Novo Aripuanã e na capital do Amazonas.
Quando criança, no colégio alguns dos professores citados perguntavam, o que você quer ser quando crescer? Sempre respondia que eu queria ser enfermeiro. Os outros meus colegas não hesitavam em responder que queriam outras profissões, menos ser professor. Entrei no curso do magistério por falta de opção nesta cidade, mas foi este curso que abriu as portas para ingressar no meu primeiro emprego. Logo que comecei a trabalhar como professor, pensei em até em desistir, pois a dedicação ao outro tinha que ser incondicional. Comecei pelo jardim de infância, isto é na Creche Municipal onde eu percebi a dádiva em ser professor, amor, afeto, apego, cuidado, zelo, atenção, ternura, entusiasmo e realização em ensinar a ler.
Quando ingressei no curso de pedagogia tinha a certeza de que tinha vocação em ensinar, então aproveitei cada conteúdo estudado e coloquei em pratica na sala de aula. Sacerdócio agraciado por Deus, onde todas as profissões passam pela suas mãos, com o giz traça o futuro de varias crianças, com amor e paciência é exemplo de sabedoria. Pai de todas as profissões, mãe, tio, amigo, psicólogo, artista, simplesmente professor, aquele que caminha a criança a um futuro melhor.
Em particular vou falar de alguns professores em especial, professora Dalbina Mar que mesmo não sendo mãe biológica de nenhuma criança, educou muitas tornando-se uma mãe educacional excepcional. Por ela passou o futuro de Novo Aripuanã, hoje está aposentada, mas nunca deixa de trabalhar sendo que há vários anos segue a frente da Pastoral da Criança, a ela devemos o maior respeito e admiração. Professora Angelina Gonçalves, era tradicional, porém alfabetizava como ninguém, junto com professor Francisco Sá escreveu o Hino de Novo Aripuanã. Professora Zaira Alfon que por pouco tempo que lecionou em Novo Aripuanã proporcionou a muitos alunos um jeito novo de ensinar. Hoje falasse muito em novos métodos educacionais, do processo ensino aprendizagem, de varias concepções educacionais como: construtivismo, tecnicismo, tradicional, positivismo, múltiplos conhecimentos, etc; Entretanto Zaira e Dalbina encantaram varias crianças com seu jeito de ensinar, aprender brincando, fazer fazendo é só errando que se aprende, são conceitos que hoje são repassados a vários educadores.
Hoje a educação aripuanense, principalmente a infantil está no fundo do poço, as condições são mínimas para que o processo ensino aprendizado tenha um resultado positivo. A educação infantil está esquecida, não há uma escola de referencia, como outrora, a escola Municipal Nossa Senhora de Lourdes, com professoras excelentes comandados pela professora Graça Vasques, e um corpo docente com Guadalupe (Lupinha), Elaine Cardoso, Salete Cardoso, que alfabetizavam com amor e carinho. Não existe nem um projeto que possa amenizar os problemas referente à educação infantil aripuanense, a estrutura física da escola Municipal Maria José de Carvalho não oferece condições para o funcionamento de boa educação, de forma que as salas são pouco ventilada, pequenas e de péssima qualidade. Eu parto do princípio de que os professores mais capacitados e experientes devem ser lotados na educação infantil, pois ela é base, o alicerce da vida educacional do aluno. Desde quando a educação infantil passou do Governo do Estado, para a Prefeitura que ela vem declinando, tornando-se um joguete nas mãos de políticos, infelizmente os recursos da educação infantil são aplicados de maneira incorreta. Novo Aripuanã era para ser construído um Centro Municipal de Educação Infantil (CEMEI), no entanto a falta de compromisso, comprometimento de alguns políticos que preferem gastar e/ou desviarem o dinheiro publico para sua conta.
Outro problema é a falta de apoio da prefeitura com o ensino fundamental, as escolas estão todas depredadas e desorganizadas. A educação não pode ser empurrada com a barriga, deve ser levada a serio e com responsabilidade. Enquanto o Estado busca alternativas de incentivar os profissionais de educação, paga 14º salário, R$30,000,00 para escola que atingir 4.5 de média no IDEB, notebook etc. O município pelo contrario fica na inércia, os professores municipais trabalham sem material pedagógico, numa quentura insuportável, sem merenda, sem uma proposta curricular adequada a nossa realidade, mesmo assim com toda essa adversidade o professor ainda encontra prazer em ensinar.
As escolas municipais Professor Augusto Sá, Nossa Senhora de Lourdes, Theodoro da Fonseca e João Weckner estão inadimplentes com os recursos da Associação de Pais e Mestres (APMC) a mais de seis anos por falta de prestação de conta. Os professores municipais são guerreiros, e estão tentando se organizar através da Associação dos Professores Municipais, claro que é uma tarefa difícil, pois muitos professores tentaram e não conseguiram, pelos simples fato dos anseios pessoas estarem acima dos objetivos comuns. No entanto há uma luz no fim do túnel a grande maioria dos professores tem nível superior e são pós-graduados, nunca a educação aripuanense esteve com tantos profissionais bem qualificados.
Graça a esses mestres em educação, que nos mostraram o caminho do conhecimento, que nos ensinaram o BÊ a BÁ, através do “A B C”, do “Caminho Suave”, da “Pipoca”, da “Toca do Tatu”, aos Mestres devemos todo respeito e gratidão. Que nos repassaram que através do rabisco do giz, códigos transformam-se em letras, em silabas e palavras. Nem um dinheiro paga a alegria de vivenciar o olhar de uma criança quando aprende a ler e escrever, o reconhecimento de um jovem quando ele é aprovado no vestibular, à gratidão de um adulto quando conquista seu objetivo profissional. Aos Mestres com carinho o meu reconhecimento, respeito e eterna gratidão...

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