quarta-feira, 3 de novembro de 2010

FEMUNA utopia! FESTLENDA realidade!


Leia mais em: blog do xit – Novo Aripuanã/Amazonas

Em 1990 foi idealizado pelo Grupo de Jovem Tucumãense (GJT) o I Festival de Música de Novo Aripuanã (FEMUNA), lembro dos músicos e do palco mal iluminado e com o mínimo de recurso o GJT conseguiu realizar um sonho. Ninguém acreditou que aqueles jovens pudessem realizar um evento daquela importância, o primeiro de muitos que ficaram em nossa lembrança. O Grupo GJT que surgiu do dualismo de opiniões entre os jovens que participavam do JOMECRIS e a Igreja Católica, assim alguns jovens como: Sávio Colares, Dirley Lima, Tuca Maia (Pinoche), Valmir Melo (Carneirinho), Bacú (Passos), Frans Santana, Rosecarlos, Romenick, Hiléia, etc., revolucionaram a cultura Tucumãense, e com esforço e dedicação mostraram para alguns incrédulos que a juventude era e é capaz de realizar qualquer evento.
Músicos como Francisco Gouveia, Elvis, participaram e vários estudantes que faziam da musica uma diversão, como Elzo Mitouzo, Valdenilson Sá (Tinga), Carlinhos Pavão, Batista Colares, Círio, Camilo Gonçalves, Marcio Mittouzo, Culéo, Toninho. Logo após o festival muitos jovens e adolescentes entraram para o GJT, e o mais incrível era que os eventos realizados para divulgar o festival os músicos como Círio, Batista e Marcio não cobravam nada, faziam por amor a cultura. Hoje em dia nenhum musico toca por amor... Tudo tem que ser pago... O tempo era outro, dormíamos de janela aberta, roupa ficava 24 horas no varal.
Alguns FEMUNAs foram marcantes para a população, o primeiro que revelou grandes músicos e compositores, o de 1995 com as Bandas Badaweira, Klinger Araújo, Pereira, Mundurucania. No ultimo dia ficávamos esperando amanhecer na Quadra Municipal, dançando ao som da ultima banda a se apresentar. O interessante é que nos três dias quase não havia briga e confusões, e o povo participava integralmente, enfeitando as ruas e prestigiando a festival. O de 2001 foi inesquecível pela estrutura do festival, nenhum município do rio madeira tinha realizado um evento com essa estrutura. Uma atração nacional, Banda Raça Negra e varias atrações regionais como Banda Carrapicho, Frenesi, Arlindo Junior, David Assaiag, Banda Impacto, Banda Paixão, dentre outras. Foram quatro dias inesquecíveis começando com a festa do visitante no Palmeiras até o show da Banda Raça Negra, o povo estava em êxtase e incrédulo até momento da banda de pagode entrar no palco.
A população aripuanense dobrou de tamanho, pois a quantidade de visitantes em nosso município era de quase 50%, a estrutura física de Novo Aripuanã era precária haja visto que em 2001 a rede hoteleira era mínima, e com bem pouco restaurantes. Logo após o show do Raça Negra meus amigos que vieram das cidades vizinhas não encontraram nem um alimento a venda como churrasco, sopa etc., pois todos os barraqueiros tinham vendido tudo. Hoje, vários prefeitos das cidades vizinhas no rio madeira realizam eventos com atrações nacionais, entretanto Novo Aripuanã foi a primeira a romper este paradigma.
Novo Aripuanã já tem um festival a altura do FEMUNA, nesse caso o FestLendas, já ficou comprovado que os dois não podem ser realizados juntos. Novo Aripuanã tem que priorizar um único festival, seguir o exemplo de Parintins, Itacoatiara, Manacapuru, que valorizam o festival de maior expressão cultural. Claro que falta reorganizar, planejar, delinear, para que a Secretaria Estadual de Cultura junto a Amazonastur possam injetar os recursos necessários para realização de um evento ao nível do FEMUNA de 2001.
Vejo que o FEMUNA ficou no passado “foi um rio que passou em minha vida!”, mas não sou contra a restauração do festival, sobretudo porque foi repassada a idéia da campanha pelo grande amigo Cleber Aroucha, no entanto minha opinião diverge de algumas a favor do FEMUNA, e vou explanar alguns motivos: O primeiro e mais obvio é que o gasto é dobrado, pois em vez de um vão ser feito dois festivais, e que dois festivais não ocupam espaço ao mesmo tempo. Um segundo é que Itacoatiara realiza o FECANI (Festival da Canção de Itacoatiara) reconhecido nacionalmente. Mas o FestLendas tem o ritmo parecido com a toada Parintinense? Entretanto pode se regionalizar com outros ritmos locais como a introdução de alguns instrumentos do Gambá. Outro motivo é que o FEMUNA a participação popular é limitada, pois poucos cantores e compositores aripuanenses conseguiam classificar suas musicas, já o Festival de Dança tem a participação extensa da população, famílias estão envolvidas diretamente ou indiretamente com as danças folclóricas.
Assim como o FEMUNA, o FestLendas revela artistas na musica, pintura, dança, dentre outras áreas. Observe o exemplo: Neto Alho teve a primeira oportunidade de mostrar seu talento na Lenda do Tucumã, assim como Cleudinho Araújo, Berg Carvalho e inúmeros músicos que passaram pelas Bandas das Lendas e Cirandas. Falta é organização, interesse em realizar um evento a altura das Lendas e Cirandas e da população aripuanense.
Portanto coloquei alguns fatores que implicam na realização do FEMUNA, não sou contra o FEMUNA, mas faço uma ressalva de que dois festivais juntos não podem ser realizados em nossa cidade, haja visto que existem outros eventos culturais e religiosos como: Festejo de Nossa Senhora da Conceição, Festejo de São José, e vários festejos dos padroeiros dos bairros aripuanenses, Rodeio (EXPOANÃ), Festival de Musica Mariano (Igreja Católica), Festival de Musicas Evangélicas (Associação das Igrejas Evangélicas de Novo Aripuanã), Carnaval com Blocos, festas e mais festas... No entanto vou apresentar uma sugestão, dia 19 de dezembro é a data do aniversario da cidade e desde a sua fundação Novo Aripuanã nunca foi realizado uma festa de grande magnitude, então amigos aripuanenses em vez de realizar um evento como o FEMUNA que tem um custo altíssimo, promovia o FestLendas na ultima semana do mês de julho como está na Lei sancionado pelo prefeito neste ano, e valorizava o aniversario da cidade com um mega evento cultural e Esportivo com shows (Atrações Nacionais, Regionais e Locais), com este dois eventos realizados em tempos distintos, Novo Aripuanã voltaria ao cenário cultural amazonense...

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